Escrever quando me sinto inspirado. Isso me causa um bem-estar incrível. Não sei dizer se é de alívio ou de prazer, porque a inspiração na verdade começa com uma ideia insistente sobre algo. Os pensamentos vão se juntando em torno dela, e o texto vai se formando aos poucos na minha cabeça. Só que, insatisfeito, ele quer se transformar em algo maior, pular da cabeça para o papel. Enquanto isso não acontece, sinto-me incomodado, perseguido pela ideia que, incialmente, parecia uma criação minha e, a partir de um instante que não consigo precisar, ganha vida própria e começa a exercer certa influência sobre mim. Em resumo, o processo todo tem momentos que não considero de bem-estar, mas quando vejo o texto estruturado, pronto para ser publicado, qualquer desconforto fica para trás.

Adoro assistir filmes, especialmente, no cinema. E hoje foi muito prazeroso assistir ao último episódio da série Harry Potter com meus filhos. E mais prazeroso ainda devorar o suculento, gorduroso e calórico cheeseburger salada do Chico Hambúrguer, acompanhado de uma caneca de chope gelado. Mas quando demos uma parada para visitar meu sogro no hospital, fiquei dividido entre o bem-estar de estar ali presente, com meus filhos, para ele, nesse momento de transição, mas também muito triste por sentir que, talvez, este seja nosso último encontro. Saí de lá com os olhos molhados pensando nisso e com vontade de voltar mais uma vez a visita-lo antes de nossa viagem para os Estados Unidos.(16/07/2011)