Culpamos o outro por tudo de ruim que nos acontece.

Não temos um relacionamento feliz? Ele – ou ela – não me entende.

A atividade profissional não é prazerosa? Meu chefe é um insensível.

Não atingimos nossos objetivos? O mundo está contra nós!

É isso mesmo: agimos como se houvesse um grande complô que nos impede de realizar o que planejamos e sonhamos.

Se, de um lado, a estratégia tem sua utilidade, na medida em que nos exime da esponsabilidade pelas escolhas erradas que fazemos, quando transferimos a responsabilidade pelo que nos acontece para o outro, nos tornamos seus reféns. Afinal, damos a ele o poder de destruir as nossas vidas ou realizar os nossos desejos. Qualquer que seja o caso, atribuimos um poder divino à gente como a gente, ou seja, seres incompletos e imperfeitos.

Resultado: lançamos os dados, cruzamos os dedos e esperamos que a sorte nos sorria. E como qualquer jogo de azar, as consequências não têm a menor relação com nossas atitudes ou ações. Não importa o que e o quanto façamos, a conquista do que queremos não depende de nós. Depende é do outro. E ai desse sujeito se ele não fizer o que queremos! Será certamente punido com nosso ódio ou nossa gélida indiferença – se possível, as duas coisas, para que a vingança se faça completa!

É uma pena concluir isso, mas você pode escolher esse caminho e, como um náufrago, viver à deriva, esperando que alguém o salve… ou o abandone de vez.

Ou você pode escolher assumir o controle de sua vida, reconhecendo que se, eventualmente, os outros não o compreendem ou parecem se colocar como obstáculos em seu caminho, há alguma coisa em você que, de alguma forma, está atraindo toda essa urucubaca. Pois é, quando tomamos consciência de que somos nós que traçamos o nosso destino, descobrimos que tudo o que sonhamos e também tudo o que mais tememos está dentro da gente, inclusive, o inferno.