Você só quer saber de “ficar”. Uma transadinha aqui, outra ali, mais variedade do que qualidade. É isso o que você procura quando sai à noite com os amigos.
Relembrando nossos antepassados, você expele testosterona por todos os poros e está, de novo, curtindo a emoção das caçadas. Só que, ao invés de fogosas felinas, só caem em sua rede deslizantes gazelas. Elas podem até “ficar”, mas querem mais do que uma transadinha. Elas sonham com uma relação duradoura. Se você, portanto, der bandeira de suas reais intenções, talvez não ganhe nem um beijinho. Agora, se você agir como um profissional e aplicar as táticas certas para abater sua presa, pode se dar bem e levar seu troféu para casa ou… se dar muito mal.
Corações feridos, principalmente, de mulheres, costumam ser muito mais perigosos do que qualquer arma já inventada pelo homem. Dificilmente, mulheres matam por amor – esse é o tipo de estatística visivelmente liderada pelos homens -, mas a vingança feminina também tem seus requintes de crueldade e pode até lhe custar a fama de garanhão. Na Internet, circulam centenas de histórias de mulheres que, sentindo-se traídas, despejam sua ira expondo publicamente relatos de broxadas e detalhes da anatomia reduzida dos fugidios caçadores. Até que se prove o contrário, o estrago terá sido enorme. Antes, portanto, de partir por aí coletando troféus, pense muito bem nas conseqüências. Se quiser inspiração para uma meditação, sugiro assistir ao filme “Instinto Fatal”, um clássico do gênero.
Ou, por outro lado, você está cansado de “ficar”. Cardápio variado já não lhe atrai mais como antes. Você sente falta de um arroz com feijão, quer atracar seu barquinho em um porto seguro. E aí perambula pela noite atrás de sua “alma gêmea” e só encontra velhas traineiras desesperadas por alguém que as desencalhe. O tempo vai passando e parece que as sereias, definitivamente, fugiram de seu mar. O desespero o leva a refletir por que é que você só se mete em encrenca, quando na verdade ele deveria lhe ajudar a concluir que a pressa costuma, de fato, ser inimiga da perfeição. Ninguém gosta de um sujeito afobado, que já sai atirando para tudo quanto é lado sem, pelo menos, dar uma pré-estudada no local. Nem mesmo as caçadoras encaram o tipo, afinal, o que elas mais gostam é se sentir no comando.
Em qualquer dos casos, o que você precisa é de paciência – ás vezes, uma paciência de Jô!
Dependendo, portanto, de sua disposição para a espera, que pode ser longa, talvez também seja recomendado mudar de turma, mudar de visual, mudar de lugares. Mas se, mesmo assim, a encrenca insistir em continuar batendo na sua porta, pode ser um sinal que é você que precisa de uma mudança profunda. É possível que você não esteja comunicando com clareza o que deseja ou, até, tenha estabelecido um objetivo inatingível. Ao invés, portanto, de ficar sonhando acordado com sua princesinha encantada ou com a mega-deusa recém-saída do comercial de cerveja, aproveite as oportunidades que aparecem na sua frente, abrindo-se para as inúmeras possibilidades que um relacionamento reserva a quem se dispõe a abandonar seu papel de caçador ou de vitima para viver a incomparável experiência de um explorador da alma feminina.