Você já mentiu alguma vez na vida? Uma mentirinha qualquer, como uma desculpa esfarrapada por chegar atrasado ao trabalho? Qual é a diferença entre uma mentirinha como essa e esconder um relacionamento extraconjugal? Não é preciso partir para profundas elocubrações para concluir que se trata apenas de uma questão de gradação. Independentemente de você precisar de 1 ou 5 graus para corrigir sua miopia, você é míope.

Em outras palavras, erros de caráter – mentir é um deles! -, todos nós os temos. Se quisermos ser honestos com nós mesmos – se não o formos, optamos pela ignorância e pelo auto-engano! -, iremos identificar erros dessa natureza ao longo de nossa existência, desde as mais remotas lembranças, quando mentíamos, trapaceávamos, enganávamos, simulávamos, enfim, fazíamos qualquer coisa pelo afeto e pelo reconhecimento, até os dias de hoje, quando fazemos praticamente as mesmas coisas, só apenas mudando os métodos, pelos mesmos motivos.

O que tudo isso tem a ver com a pergunta-título deste artigo? Oras, como fazer para confiar nela depois que você foi traído? Da mesma maneira como as pessoas confiam em você, apesar de todos os erros de caráter que você já cometeu e ainda irá cometer em sua vida. Se você concluir que, apesar do arrependimento, ela não é digna de sua confiança, você está escolhendo, lá no fundo, também não se perdoar pelos próprios erros. Você pode escolher isso, se quiser. O livre arbítrio está aí, a nosso serviço. Mas você também pode escolher dar uma outra chance, não apenas a ela, que, como o filho pródigo, voltou para ser recebida com uma grande festa, mas a você mesmo que – esta é uma premissa básica – ama esta mulher e pode, ao confiar novamente nela, prolongar essa história de amor…até que, um dia, a morte da relação finalmente os separe.