Costumo brincar com meus amigos que precisamos fundar, urgentemente, a AMME, Associação das Minorias Masculinas Empregadas. Um deles chegou, inclusive, a me convidar para um grupo de auto-ajuda onde só participam homens. Machos de todo o mundo, uni-vos!
Claro que há um certo exagero nessa história, mas o fato é que as mulheres vêm ocupando crescentemente mais espaço no mercado de trabalho. E, na hora de concorrer conosco, elas levam vantagem em quase tudo. São cuidadoras por natureza, estão acostumadas a realizar bem várias tarefas ao mesmo tempo, não se assustam com dupla jornada, possuem grande competência em lidar com conflitos e relacionamentos e, atualmente, nem sequer perdem tempo para fazer e cuidar de filhos!
Pois é, aquilo que, em certo sentido, era um ponto fraco, já não está mais sendo considerado pelas mulheres, especialmente, as de carreira executiva. Se essa moda pega, ou a espécie humana se extingue de vez ou os futuros bebês serão produto de incubadoras. E quem irá criá-los? Os homens, é claro! Porque, depois de eles perderem o emprego, não vai dar para ficar em casa de robe e chinelo, assistindo todos os programas esportivos na companhia de várias loiras geladas. Enquanto elas vão atrás do dinheiro, nós ficaremos com as tarefas domésticas: lavar e passar roupas, limpar banheiros, fazer compras, cuidar das crianças são algumas das desafiadoras atividades que farão parte de nossa rotina como, um dia, fizeram parte da rotina de nossas mães, avós e todas as mulheres que vieram antes delas. Quando formos preencher cadastros, colocaremos no campo ocupação: “trabalhador do lar”.
O que pode parecer um pesadelo para a maioria de nós homens já está acontecendo em muitas famílias. Como estes homens estão se virando para realizar tarefas que não têm nem vocação nem experiência é um grande mistério. Há um ditado que fala que “a necessidade faz o monge”.
Já as mulheres estão, aparentemente, se dando muito bem, obrigado. Ocupam cargos de liderança em grandes organizações, são eleitas presidentes, estão livres do mito da virgindade e escolhem livremente seus parceiros, compram roupas caras com seu próprio dinheiro, levam seus maridos a tiracolo quando são convidadas a trabalhar em outros países.
Mas será que, no meio desse turbilhão, a mulher está conseguindo ser mulher, e o homem ser homem?
Existe uma questão que está acima da igualdade de direitos entre sexos, que é a desigualdade biológica. Homens são naturalmente talhados para coisas que as mulheres não são. E vice-versa. Não há como corrigir essas diferenças sem alterar a natureza. Administrar altas doses de testosterona torna as mulheres masculinas, e submeter homens a injeções de estrógeno lhes fazem crescer tetas. O máximo que conseguimos com isso, portanto, é produzir aberrações, simulacros do ser real que é um homem ou uma mulher. E, quando buscamos ser o que não somos, perdemos aquilo que temos de mais precioso: nossa identidade. Não quero dizer com isso que, como homem, me recuso a ajudar minha esposa nas tarefas domésticas. Só procuro não perder a consciência de que, como homem, possuo habilidades e necessidades diferentes, que precisam permanecer dessa forma para que realmente possa se realizar a mágica parceria de um ser que complementa o outro.