Discutindo a relação com o relógio biológico

quarta-feira, 05 março 2008, 10:35 | | Nenhum comentário
Postado por Fábio Betti 

Desde os trinta e poucos anos, falo para meu oftalmologista que quero passar pela cirurgia para corrigir o astigmatismo e a hipermetropia. E ele sempre me responde que, primeiro, terei que aguardar que a hipermetropia se estabilize, o que deveria ocorrer por volta dos 40 anos;  e segundo que, mesmo fazendo a cirurgia, eu não teria como abrir mão dos óculos, pois, também lá pelos 40 anos, como a maioria absoluta das pessoas, eu seria acometido pela presbiopia, popularmente conhecida como vista cansada. E não deu outra: aqui estou eu, com meus 41 anos e meus óculos de lentes multifocais. Quanto à cirurgia, depois de uma série de exames, descobri que a espessura de minha córnea não atinge os limites mínimos recomendados para realizar a cirurgia com segurança. Resultado, os óculos, que entraram em minha vida aos 7 anos de idade, continuarão comigo até o último instante.

O estômago não pode mais com comidas fortes. A pimenta do reino teve que ser banida. A sardela feita à base de pimentão só pode ser degustada depois de tomado o comprimido para a hérnia de hiato.

Sempre gostei de praticar esportes e, já há muito tempo, freqüento academias de ginástica. Só que, nos últimos anos, basta uma corridinha na esteira para meus joelhos reclamarem. Não imagino o que farei se não puder mais contar com meus joelhos no futuro. Mas se eles não me ajudarem hoje, jamais me livrarei da barriga que, aparentemente, se formou na calada da noite e, como o mais fervoroso militante do MST, me ameaça dizendo que veio para ficar. Minha esposa brinca (?) comigo dizendo que, a cada dia que passa, mais pareço com meu pai. Desde que me lembro, ele cultiva uma vasta barriga. Ela deu uma encolhidinha depois da diverticulite e da cirurgia de redução do estômago, mas permaneceu lá, imponente, dominadora. Será este o futuro de minha barriga?

Logo que saí de férias – levei à família para o sul da Bahia -, abandonei meu relógio. Estou de mal com o tempo, que me prega peças como essa do “abdômen inchado”. Só volto a usá-lo quando descobrir um antídoto para perder a barriguinha sem correr o risco de tirar segunda via…

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