A paquera, as dúvidas, o antes…que divertido isso! Como lidar com as expectativas?

domingo, 18 maio 2008, 20:11 | | 2 comentários
Postado por Fábio Betti 

O amor platônico é, por definição, o amor distante de interesses ou gozos materiais, o amor ideal, o amor casto. Mas platônico também é empregado para designar algo “sem efeito” – um significado que não surpreende, na medida em que o amor sem interesses só pode mesmo ser “sem efeito”, afinal, não existe amor sem nenhum interesse. Mais do que isso, amor casto é amor sem desejo e aí, bem, aí é outro tipo de amor que não o de duas pessoas que buscam a união em todos os sentidos. Pode ser amor de mãe, de amigo, de irmão. Mas quando o amor platônico infecta o amor por alguém que desejamos ardentemente, é só uma mera ilusão, já que ele só se manifesta na nossa cabeça.

Quando o amor vive apenas dentro da gente, ele pode ser o que a gente quiser. Pode ser o amor impossível de Romeu e Julieta ou de O Feitiço de Áquila. Pode ser o amor proibido e possessivo de Atração Fatal ou o amor puro de Lagoa Azul. Pode ser o tipo de amor “estético” de 9 e ½ Semanas de Amor ou o amor homo-escrachado de A Gaiola das Loucas. O amor platônico pode ser qualquer um desses amores, porque nós somos os autores dessa novela e o enredo acontece exatamente como desejamos. O único detalhe é que nada disso acontece de “verdade”. O amor platônico povoa apenas nosso mundo da fantasia e, por isso, quando ele é testado na prática, invariavelmente vem acompanhado de muita frustração.

O choque entre o amor platônico e o amor real normalmente acontece depois que a paquera vai se metamorfoseando, aos poucos, no que parece ser o início de um novo relacionamento afetivo. A paquera é aquela situação onde duas pessoas se alternam no objetivo de impressionar o outro. Não é que ajamos como mentirosos contumazes nessas horas, mas, pelo menos, não falamos toda a verdade quando omitimos certas características que consideramos prejudiciais a nossa imagem e enaltecemos as qualidades que acreditamos serem mais positivas para atrair o outro. Como os dois lados costumam jogar suas iscas, o primeiro a morder poderá ser o primeiro a se sentir “fisgado”, termo que não tem nada de negativo quando utilizado com peixes, mas que também tem a conotação de “aprisionado”, o que pode ser fatal em um relacionamento. Quem se sente preso, reserva todo o seu amor para a liberdade. No primeiro vacilo, sairá correndo de seu cárcere forçado. E se ficar, será por algum tipo de medo, mas não por amor.

E se a gente simplesmente encara a paquera como essa arte de impressionar o outro, pode até tirar grande proveito no curto prazo – companhia e sexo são muito bem-vindos! Mas, se o que se quer é um relacionamento de verdade, ludibriar ou ser ludibriado faz com que caminhemos na direção contrária. Mais uma vez, é tudo uma questão de escolha. Se você quer um amor de consumo rápido, sem problemas, vá à luta e garanta seu ticket para essa viagem de prazer fugaz. Mas se o seu plano é dar a volta ao mundo, vai ter que aprender a agir como você mesmo, porque será muito difícil e extremamente cansativo enganar seu companheiro de viagem o tempo todo. E se é para viver uma desilusão, que seja aqui e agora e não perdido no meio de lugar nenhum.

2 comentários para “A paquera, as dúvidas, o antes…que divertido isso! Como lidar com as expectativas?”

  • Maria disse:

    Achei a mas pura verdade

  • João Carlos disse:

    Olá, muito Boa Noite. Por favor, me ajudem a tirar uma dúvida: Estudo, faço Faculdade. Na minha turma tem uma menina que eu conheço desde quando começamos a estudar nesta Universidade (em 2011). Desde o ano passado começamos a ter uma amizade de conversar bastante, mas à partir do começo deste ano, ela fica tricando olhares comigo e, quando eu chego na sala de aula atrasado, ela pede para que eu vá me sentar do lado dela. Não sei o que ela quer com isso. Não sei se é uma paquera dela. Por isso, venho pedir a ajuda de vocês.

    Obrigado pela atenção.

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