Para nos ajudar na abordagem desse tema polêmico e delicado, resolvi recorrer a Wikipedia, que descreve a infidelidade como “uma violação de regras e limites mutuamente acordados em um relacionamento. Em sua acepção mais comum, a fidelidade é manter relações amorosas somente com uma pessoa que é sua parceira ou parceiro. Portanto, a infidelidade é quebrar este pacto tácito de manter relações sexuais com uma pessoa que escolhemos como parceiro ou parceira.” Em outras palavras e para resumir de vez essa história, trair é trepar com outra mulher além da sua, ou seja, trair é agir como um adúltero, adjetivo que dispensa explicações, né?

E aí então, por que, afinal, as pessoas traem? Confesso que não faço a menor idéia por que cada pessoa, de repente, pula a cerca. Mas, sendo eu mesmo um homem e já tendo vivido um bocado de relacionamentos na vida, dá para falar sobre as razões que parecem ser as mais determinantes e aí, talvez, devêssemos dividir nossa reflexão entre homens e mulheres, afinal, cada gênero parece agir de modo diferente quando o assunto é traição.

Sendo assim, as principais possíveis razões porque os homens traem seriam:
– Eles estão mais preocupados com quantidade do que qualidade;
– Falta de respeito pela parceira;
– Conquistar faz parte de sua natureza;
– São reféns de seus instintos e querem perpetuar seus genes a qualquer custo;
– Trair é uma forma de auto-afirmação;
– Precisam, de vez em quando, sentir-se o macho dominante;
– Necessidade de se sentir livre.
– Fugir do tédio.
– (preencha você mesmo!)

E as principais possíveis razões porque as mulheres traem seriam:
– Não se sentem amadas e/ou desejadas pelo parceiro atual;
– Querem sentir o que é ser puta de vez em quando;
– Curiosidade em saber como é o sexo com outros homens;
– Foram reprimidas demais pelos pais e, agora, querem recuperar o tempo perdido;
– Por paixão;
– Por amor;
– Por vingança;
– (preencha você mesmo!)

É claro que essas listas não são capazes de explicar porque as pessoas traem. Talvez nem o próprio traidor saiba os reais motivos pelos quais, mesmo mantendo um relacionamento satisfatório com alguém, ele ou ela acabe se envolvendo com outra pessoa.

Em culturas dominadas pelas religiões muçulmanas, a traição pode, inclusive, levar a castigos físicos violentos e, até, à morte do traidor. Na sociedade ocidental, o adultério, se não é considerado crime, é, no mínimo, reconhecido publicamente como um ato imoral, normalmente associado à fraqueza e ao egoísmo. Por isso, quem trai tem uma tendência a se sentir culpado pelo que faz, e o traído, além da dor pela possibilidade de separação do ente amado, também se sente socialmente injustiçado. É como se fosse gravada em sua testa a pecha de corno, aumentando ainda mais seu sofrimento.

Qualquer que seja o motivo pelo qual as pessoas traem e o tamanho da culpa que elas irão carregar por causa disso, o pior da traição não me parece estar relacionado ao fato de se fazer sexo com outra pessoa. O pior da traição é voltar para casa e agir como se nada tivesse acontecido, vivendo uma vida dupla cheia de segredos e mentiras. Isso, sim, talvez seja a verdadeira traição, uma vez que negamos a ele ou a ela nosso bem mais precioso e, possivelmente, o maior valor em um relacionamento: a verdade.