Quem se sente oprimido em algum tipo de relação talvez não goste do que vai ler aqui. Pode ser alguém que sofre de algum tipo de violência física ou moral ou que, simplesmente, se deixa manipular por outra pessoa, servindo-a como se fosse um escravo. Pode ainda ser uma pessoa oprimida por um chefe carrasco, um pai repressor ou um cônjuge autoritário e cruel.
Qualquer que seja o caso, o fato é que quem se deixa oprimir o faz em razão de algum tipo de ganho pessoal. Parece absurdo dizer que alguém se submeta a uma violência de qualquer natureza e ainda obtenha algum lucro disso, mas se você observar a si mesmo, nos momentos onde você entrou numa relação do tipo opressor-oprimido, vai perceber que não apenas o opressor como também o oprimido sustentam a relação porque, no fundo, veem alguma vantagem nela.
É fácil, por exemplo, ver os ganhos do opressor, que, de alguma forma, tem prazer em subjugar o outro, dominá-lo por meio de um exercício de poder ou controle. Oprimindo o outro, o opressor se sente superior. Só que, por trás dessa máscara de poder, o opressor é um sujeito que tem uma auto-estima tão baixa, mas tão baixa que precisa rebaixar outras pessoas para conseguir se sentir bem.
E o oprimido? Por que ele se deixa rebaixar pelo opressor? Por que, às vezes, ele aceita todo tipo de humilhação sem esboçar qualquer reação?
Assim como o opressor, quem se deixa oprimir também o faz por um problema de auto-estima. É como se a gente de repente não acreditasse em nosso próprio valor. Nossa auto-estima é tão baixa, que nos sentimos como se fôssemos os seres mais fracos, dependentes, feios, impotentes do universo! O outro, então, é tão poderoso que, se não aceitarmos sua superioridade, seremos sumariamente aniquilados!
Mas… o que o oprimido ganha se deixando oprimir?
Primeiro, se deixar oprimir, paradoxalmente, é uma forma de se vingar do opressor. Porque todo opressor comete seus atos de crueldade acreditando que o faz dentro de determinadas normas de conduta, como se fosse algo absolutamente justo. É a história do pai que acredita que dar uma surra no filho irá corrigi-lo – em outras palavras, a surra é justificada! No entanto, quando o oprimido se coloca no papel de vítima indefesa, está jogando na cara do opressor justamente aquilo que ele não quer ver nem ouvir – que ele é injusto e cruel. Este é o prazer do oprimido: o de ver seu algoz sofrer com sua própria consciência. Você, assim como eu, já deve ter passado por muitas situações assim.
Por exemplo, alguém vem para você cheio de violência e, ao invés de revidar, você se desarma e se deixa apanhar como se fosse um ser evoluído, acima dos que são escravizados pelos vícios da carne. E depois que você se deixa massacrar pelo outro, vem a verdadeira vingança: você faz com que todos a sua volta percebam o ato de crueldade, especialmente, as pessoas do círculo mais próximo do opressor. E como tiro de misericórdia, ainda demonstra piedade pelo agressor: “coitado, ele anda tão descontrolado….” Pois é, viver o papel de vítima também tem suas vantagens e… crueldades.
Mas o grande ganho da vítima é que, evitando o conflito, o enfrentamento com o outro, ela não precisa defender seu lugar no mundo, seu espaço, seu ego. Para se defender, é preciso graça e coragem: graça para defender-se sem que, para isso, seja necessário atacar o outro, e coragem para sustentar-se nos próprios pés, assumindo a auto-responsabilidade pela própria vida, algo que nem todos estão preparados ou interessados em fazer. Pois quando assumimos a responsabilidade por nossas vidas, abandonando o papel de vítima, nos vemos a sós com nossas escolhas, sem ter a quem culpar, ou seja, um opressor, quando as coisas não vão exatamente do jeito como gostaríamos…
Gostei muito do texto e me caiu como uma luva, ou melhor como uma secao de analise, a qual eu estava mesmo precisando. Inclusive acho q e’ um servico de utilidade publica pois acredito q para um mundo melhor seria necessario q desde de a escola primaria fizessemos analise, afim de nos comecermos e convivermos c/+ seriedade/verdade. Obrigada e parabens!
Cara Joelia, aqui a gente realmente só levanta a bola, para quem se interessar em fazer sua auto-reflexão. Seja muito bem-vinda as nossas discussões. Abraços. Fábio
Gostei muito do texto, pois vc usou palavras q eu mesma ñ conseguia expressar p/mim mesma, vivo uma situação, sendo oprimida e o q vc disse me acalmou, pois sei q existe explicação: ->Porque todo opressor comete seus atos de crueldade acreditando que o faz dentro de determinadas normas de conduta, como se fosse algo absolutamente justo. É a história do pai que acredita que dar uma surra no filho irá corrigi-lo – em outras palavras, a surra é justificada!
E tb qndo vc diz: -> alguém que sofre… ou que, simplesmente, se deixa manipular por outra pessoa, servindo-a como se fosse um escravo.
Só há verdades no seu texto, parabéns!
Pricila, fico feliz por vc ter encontrado no texto explicações que você estava procurando. E agradeço pelos elogios, reiterando que críticas também são sempre muito bem-vindas. Abraços. Fábio
Muito bom o texto ,trabalho com um opressor que grita ,ofende usa de palavras de baixo escalão uma pessoa que não tem humildade ,ele quer que eu me rebaixe que bata boca assim como ele faz com outros agora sei porque ele é assim porque é uma pessoa de baixa auto estima lamentável.