Escrito por Alexandre Bez

A relação saudável implica em dividir, compartilhar e, especialmente, participar da vida do outro de forma natural. Namorar é saudável, gostoso e, além de outros benefícios, proporciona uma vida sexual equilibrada, e com isso afasta as possíveis neuroses e conflitos mentais a que todos estamos sujeitos.

Porém existem muitas relações permeadas por outro tipo de sentimento não saudável que é a SOLIDÃO A DOIS, situação da qual o casal vivencia a fantasia de estarem juntos só que, na verdade, pequenas situações cotidianas e presença em eventos sociais provocam sintomas de saudades da família e dos amigos, vontade de estar em outro local, angústia, dentre outros. Essas sensações nem sempre são detectadas nos primeiros meses da relação, mas com o tempo essas emoções se agravam e tornam o relacionamento insustentável, provocando uma frustração permanente, podendo inclusive impedir os envolvidos a ter relacionamentos futuros devido ao bloqueio psicológico adquirido pela experiência negativa anterior.

Esse fato acontece em razão de muitas pessoas possuírem uma fobia específica à solidão e, por isso, juntam-se a outras na tentativa do preenchimento desta lacuna. Aí que mora o perigo, já que essa união não terá o elo principal que é o sentimento. Falta também outro ingrediente fundamental que é o calor humano. Esse sentimento, quando presente, é maravilhoso, pois é desprovido de qualquer segunda intenção e faz com que o casal doe-se integralmente na relação, agindo, vivendo e sentindo esta de maneira natural, possibilitando inclusive viver sensações gostosas presentes na adolescência, deixando-os embriagados em função deste sentimento que ocorre sendo ele verdadeiro e saudável.

No mês dos namorados, período que estamos mais vulneráveis e carentes em função do apelo comercial e cultural no nosso meio, seguem algumas dicas para não cairmos em armadilhas em nome da solidão.

O que não deve ser feito nesse e em nenhum outro período:
1. Namorar e/ou ficar apenas por fazê-lo.
2. Namorar e/ou ficar por esporte.
3. Construir um relacionamento apenas para preencher um espaço vazio na vida da pessoa.
4. Manter uma relação por medo de uma eventual solidão.
5. Assumir um relacionamento em função da fantasia presente na vida da pessoa, seja ela qual for.
6. Manter o relacionamento mesmo sem a presença do calor humano, companheirismo e vontade sexual. Nesses momentos vale o antigo ditado: “Antes só do que mal acompanhado”.

Alexandre Bez – Psicólogo especializado em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia – UCLA, e Relacionamento pela Universidade de Miami, Flórida- Membro da APA- American Psychological Association. Atua a 16 anos em Consultório. www.clinicab.com.br